Tuesday, November 6, 2007

Jogo Juniores do BCC e Mensagem do Treinador





COMENTÁRIO

Foi numa bela tarde de domingo, que a equipa de juniores B se deslocou até Coimbra para disputar mais um jogo a contar para o campeonato distrital, contra a Associação Académica de Coimbra.



O jogo era muito importante para as nossas aspirações para disputar a “final four” no final da 1ª fase, ou seja, tínhamos que ganhar! E assim foi. A equipa percebeu tudo o que eu fui pedindo ao longo do jogo, se bem que houve alturas em que “perderam um pouco a cabeça” e não souberam jogar com o resultado, que a partir do 2º período lhes foi favorável até ao final do jogo.


A equipa foi unida, existiu comunicação tanto na defesa como no ataque, apesar de ter sido pouca, ao nível defensivo, tudo o que foi trabalhado durante a semana foi posto em prática e a equipa deu uma resposta enorme durante todo o jogo as investidas dos jogadores da académica e claro ao nível dos ressaltos, as nossas 3 “Torres” Bruno Cravo, Manuel Lopes e Renato Peralta, estiveram implacáveis na protecção da sua tabela e recuperaram muitas bolas na tabela adversária, conseguindo mesmo pontos com os segundos lançamentos.


Desta forma, tenho que dar os parabéns à minha equipa, que trabalhou e lutou muito para conseguir esta vitória e por terem acreditado que eram capazes, que isso é o mais importante, e mais uma vez digo quando se treina como se jogo e vice-versa os resultados saltam a vista, quando os atletas se empenham para evoluírem as vitórias começam a aparecer e QUANDO UMA EQUIPA É UNIDA E SÓ PENSA EM GANHAR EM TODOS OS ASPECTOS DO JOGO É CAMPEÃ!


Aos atletas do BCC deixo esta mensagem, que também já a transmiti aos meus atletas, a grande diferença entre nós e as outras equipas, está na atitude que encaramos os treinos e os jogos, ou seja, todos são importantes numa equipa e todos têm que trabalhar com afinco para chegarem ao fim de semana e darem uma resposta muito positiva durante o jogo e os treinos tem que ser encarados como um jogo.


Com isto tudo o que eu quero dizer, é que os nossos atletas têm de ter uma mentalidade ganhadora e trabalhadora, têm de ter uma atitude de superação de si mesmo em todos os treinos, ou seja, hoje fui ultrapassado três vezes num exercício de 1x1, amanhã só posso ser ultrapassado 1 vez, hoje marquei 10/20 amanhã vou esforçar-me AINDA MAIS e vou marcar 15/20, são nestes pormenores que evolução se dá, ninguém nasce a saber a ler, tem de trabalhar para isso todos os dias e todos os sábados e domingos, quando estamos a entrar em campo dizer para nós mesmos “Eu estou aqui para ganhar porque trabalhei durante toda a semana e vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que isso aconteça” e toda esta vontade tem que vir de dentro de nós, temos que senti-la e vivê-la e nunca perde-la mesmo quando as coisas não estão a correr como nós queremos juntos conseguimos passar a adversidade e lutar sempre pela vitória, ou seja, “ sem a participação de todos, a confiança para arriscar e a capacidade de decidir sem medo de errar, não existe sucesso possível”




Valores pelos quais se deve regerem a equipa:

- Em geral:
Agressividade mental e física, capacidade de decisão (não ter medo de errar), ser eficiente, não ser egoísta (o nós antes do eu).

- Na defesa: Cortar linhas de 1º passe, pressão na bola, ajuda defensiva, contestar todos os lançamentos, ressalto defensivo, impedir penetrações para o meio, área restritiva e cesto.

- No ataque: Criar espaços, movimentos sem bola, atacar a área restritiva através de cortes, passes interiores e driblings, bloqueios para criar 1x1 com vantagem, seleccionar bem os lançamentos (lançar sem egoísmos) e ressaltar.

No basquetebol moderno não há mais lugar para jogadores (sejam quais forem as posições e estaturas) que não dominem os fundamentos do jogo.

Formar a equipa com base em jogadores versáteis e móveis, capazes de interpretarem de modo criativo as diferentes situações de jogo (“jogadores completos” all aruond players). Para além disso, é preciso que o treinador assuma de uma vez por todas a sua responsabilidade quanto a melhorar, época após época, as competências dos jogadores que prepara.

O basquetebol moderno é, nos tempos que correm, naturalmente mais fluido, mais “livre”, com poucas perdas de tempo.

Por razões óbvias, inerentes ao aumento da pressão defensiva, passamos também a ter a necessidade de atacar em todo o campo – possuir mais de um jogador capar de “subir” a bola para o ataque; ter jogadores que dominem os fundamentos de dribling, do passe e lançamento; desenvolver ataque em que todos os jogadores sejam ofensivos; jogar em todo o campo, estabelecer uma clara ligação de continuidade entre contra-ataque, transição e ataque de posição.




Assim, iremos ter, um jogo mais livre e espectacular, o que não significa, no entanto, que deva ser mais anárquico, menos organizado. O basquetebol deve possuir conceitos e princípios defensivos e ofensivos muito claros. Joga-se por conceitos! Com regras, com sejam:




Quanto ao ataque:




- Jogadores e bola sempre em movimento (move), com o objectivo de contrariar as ajudas defensivas e de mudar o lado da bola;

- Espaço (space) entre os jogadores, para dificultar as ajudas;

- Atacar a área restritiva (attack the paint) – penetrar na área restritiva (cortes, dribling);

- Fazer bloqueios ofensivos para criar vantagens (picks to create advantage). Libertar atacantes através de bloqueios para situações de 1x1 com vantagem, quer na área próxima de cesto quer para lançamentos exteriores;

- Passar a bola ao jogador melhor colocado (unselfish) – não forçar lançamentos.


Quanto à defesa:




- Recuperar para a defesa (se temos uma equipa que penetra muito a bola e os jogadores e obriga a fazer muitas faltas, estamos já a ajudar significativamente a recuperação defensiva). Correr para trás (não ir para a bola, não atacar o driblador e deixarmo-nos ultrapassar, mas sim controlar, atrasar a progressão, obrigar o atacante a fazer mais um passe);

- Ser intenso a defender (sempre!) e não só nos dois primeiros driblings ou nos dois primeiros segundos de ataque, querer defender, trabalhar muito para o conseguir, ser agressivo mental e fisicamente;

- Condicionar os atacantes, não os deixando fazer o que querem e retirá-los das posições mais favoráveis;

- Disputar o ressalto defensivo e ser eficaz na recuperação dos lançamentos falhados, manter os atacantes (o mais longe possível!) fora do ressalto ofensivo.



Um treinador pode saber muito de basquetebol, mas se os jogadores não o perceberem e não aceitarem o que pretende fazer, a equipa que prepara dificilmente terá sucesso. Não se trata, por isso, só de ensinar mas, de acima de tudo, de ser capar de envolver, motivar responsabilizar tudo e todos na luta a travar para alcançar os objectivos propostos.





Como formar a melhor equipa

E de que é que isto depende?




Numa equipa, seja ela qual for e o nível em que desenvolva a sua acção, só haverá sucesso quando no respectivo funcionamento forem respeitadas três importantes regas: cada um dos componentes desse colectivo deve ver correspondidas as expectativas face à colaboração que presta; todos os componentes da equipa devem gostar da tarefa que lhes foi atribuída; e todos devem receber por isso o que considerem receber.



A nível individual e colectivo, busca-se o sucesso e o reconhecimento social como um suporte motivacional de decisiva importância. Para se alcançar tudo isto, lançamo-nos dia a dia na procura de eventuais panaceias que nos conduzam ao êxito que almejamos. Até que descobrimos que não existem receitas verdadeiramente capazes de nos proporcionarem o sucesso. Existe sim um caminho que devemos prosseguir paulatina e obstinadamente, onde a estratégia que utilizamos e a liderança que exercemos desempenham uma acção decisiva.





Trata-se de, primeiro, encontrar na realidade as referências e os modelos que nos permitam delinear uma necessária estratégia de acção, segundo, encontrar um princípio estratégico mobilizador de tudo e todos, o guia orientador da intervenção da generalidade dos membros da organização a que pertencemos. Posteriormente juntar-lhe valores, cultura quanto baste. Por fim, levar à prática formas de liderança capazes de respeitarem questões decisivas em tudo o que se referira ao trabalho com pessoas.




No que respeita ao sucesso que todos buscamos, muitas vezes, ao alcançá-lo, esquecemos o sofrimento sempre presente na hora das derrotas.




Desaprendemos como ultrapassámos as dificuldades que sentimos nos momentos de insucesso, E, afinal, é muitas vezes na derrota que mais e melhor estamos disponíveis para aprender. Demasiadas vezes, o sucesso torna-nos insensíveis à necessidade de não esquecermos as razões que nos conduziram ao topo. De continuarmos um caminho que só foi positivo porque na altura certa soubemos decidir de modo conforme com aquilo que cada situação exigia.




Outra das questões que ressalta sempre na identificação da melhor equipa é a referência à respectiva coesão, sendo verdade que é importante que uma equipa seja coesa, importa não confundir esse facto com um ambiente interno em que todos os componentes são muito amigos, quase irmãos! Se o forem, melhor, mas não é condição fundamental. A coesão que deve constituir preocupação para quem dirige é a que se refere a uma grande identificação do colectivo dos componentes dessa equipa face aos objectivos a alcançar. È a de uma grande comunhão de interesses individuais e colectivos.



As equipas de sucesso são as que têm as ideias mais claras quanto ao que pretendem atingir e as que melhor definem em devido tempo quais os meios que requerem para o conseguirem.

Segundo uma feliz imagem do famoso treinador norte-americano de basquetebol Mike Krzyzewski, os membros de uma equipa devem ser encarados como os cinco dedos de uma mão.


Temos mãos com dedos pequenos que se juntam com facilidade e se transformam em poderosos punhos fechados. Outras, com dedos por vezes bem maiores, têm dificuldades em se juntarem de modo a formarem punhos minimamente fortes. E, acima de tudo, raramente se juntam como um punho. Quando assim acontece, as mãos com os dedos mais pequenos conseguem formar punhos mais fortes do que as outras. O mesmo se passa com as equipas.




As equipas com sucesso têm habitualmente cinco características fundamentais: Comunicação, Confiança, Responsabilidade colectiva, Preocupação com os outros e Orgulho. Cada uma destas características é como um dedo de uma mão. São importantes individualmente mas invencíveis quando juntas sob a forma de um punho cerrado.



Comunicação


Primeira qualidade a salvaguardar. No acto de liderar não há qualidade mais importante do que a comunicação. Todos os membros da equipa devem comunicar por via da fala. Olhos nos olhos. É fundamental falar e pensar alto no decurso do trabalho de equipa pois isso é de decisiva importância para aumentar os níveis de comunicação entre os membros do colectivo. Assim, é fundamental, antes do mais, falar a verdade. E se para falar verdade, no momento próprio, tiver de haver confrontação assim seja.


A confrontação, quando necessária, constitui um meio decisivo para o estabelecimento do imprescindível clima de confiança e respeito mútuos. A equipa reagirá tanto mais rápido às diferentes situações que se lhe deparam quanto mais a comunicação entre todos os seus membros for efectiva e eficaz.




Confiança


Sem confiança mútua, dificilmente o processo de comunicação atingirá níveis muito elevados. Ninguém confia, entretanto, em incompetentes. Logo, a competência revelada naquilo que se faz no dia-a-dia, constitui um aspecto decisivo para a necessária criação de um clima de trabalho onde exista confiança entre os diferentes membros de uma equipa. Um líder competente terá por isso muito mais hipóteses de estabelecer relações de confiança com aqueles com quem colabora. O mesmo quanto a ser sempre honesto naquilo que diz e coerente nas acções que vai levando a cabo.


Responsabilidade colectiva


Qualquer tipo de erro ou falha deve ser assumido por todos. Nada de acusações ou desculpas. Num punho cerrado não deve existir dedos apontados a quem falha ou erra, pois isso enfraquece declaradamente a sua coesão. Perdemos ou ganhamos juntos. A responsabilidade deve por isso ser sempre assumida colectivamente.

Preocupação com os outros


Depois de um erro ou de uma falha é fundamental que todos os membros da equipa se preocupem com aqueles que erram ou falharam. Cada membro da equipa deve preocupar-se não só com os colegas a nível individual e com a equipa mas também consigo próprio, procurando ser o melhor possível.




Orgulho


Fazer o melhor possível, ter orgulho no que fazemos. Tudo o que fazemos leva a nossa assinatura, razão mais do que suficiente para fomentarem o necessário orgulho na obra que produzimos, no passe que fazemos ou no lançamento que concretizamos.


Wayne Smith, treinador neo-zelandês de rugby afirmou em tempos que “todos os jogadores são capazes de assumir os maiores desafios, desde que estes sejam os seus desafios”.




Henrique Vieira, treinador da equipa profissional de basquetebol da Oliveirense, derrotado na final da Liga profissional da época 2002-2003, confirmou-o ao afirmar, após o jogo em que se consumou a respectiva derrota: “Acreditei sempre. Os jogadores é que não”.




O que significa que a capacidade de superação que tanto perseguimos depende acima de tudo de, enquanto líderes, conseguirmos que os nossos desafios sejam também os daqueles que dirigimos. Envolvendo-os num projecto colectivo em que os desafios a enfrentar sejam assumidos por todos, sem excepção. Para que haja superação, os desafios das equipas têm de ser os das pessoas que as compõem, numa profunda identificação colectiva em que o todo seja maior do que a soma das partes.




Por fim, a superação. Na vida em geral e no desporto em particular, aprendemos que para existir superação tem de existir pressão, exigência e, aqui e ali, mesmo adversidade. Quase sempre na dificuldade que nos transcendemos na busca da concretização de determinados objectivos. O que nos deve levar a concluir que, individual e colectivamente consigamos a devida superação dos que trabalham connosco, o meio ambiente que os rodeia as nossas equipas deve conter esses ingredientes fundamentais; sob a pena de, se assim não acontecer, entre de imediato em funcionamento o velho ditado que afirma que “ Se podemos estar deitados, para quê estar sentados? Se podemos estar sentados, para quê estar de pé?”.



- JOÃO ANDRÉ COSTA -

(Treinador dos Juniores)





BIBLIOGRAFIA

Basquetebol - Modelo de Jogo

Autores:



Jorge Miguez Araújo
Carlos Pinto
Mário Leite





PARA TODOS LEREM !



5 comments:

Anonymous said...

Parabéns!

É com este tipo de atitude, de posturas, que o basquetebol, ou qualquer outra coisa na vida, anda para a frente – alcançar o SUCESSO!

É fundamental envolver, participar e ser activo - atletas, familiares, treinadores, dirigentes, seccionistas, amigos – para que o basquetebol, cresça e, seja um desporto de elite! Não basta gostar! É imprescindível QUERER! O querer é meio caminho para o Sucesso.

Acreditem, o B.C.C. tem tudo para alcançar o sucesso, só falta, o verdadeiro QUERER!

Este comentário feito pelo Treinador João André Costa, foi um passo importante! Sejam vocês, leitores, jogadores, amigos do basquetebol, a participar e a ajudar este grande Clube - B.C.C. - , a alcançar aquilo para o qual nasceu – VITÓRIA, SUCESSO e dinamizar o BASQUETEBOL!

Obrigada pela colaboração. Sei que atrás deste, certamente, virão muitos mais comentários!

Anonymous said...

A toda a equipa de Juniores:

Parabéns pela vossa vitória - foi merecida! Ao longo deste tempo que acompanho os vossos jogos, foi vísivel que muitos já querem!

Continuem a trabalhar, a treinar, treinar, teinar e não desistam! Só com muito trabalho - treino - é que se ganha!

FORÇA EQUIPA!

Anonymous said...

Esta msg é para os mais graúdos (séniores). O calendário da CNB2 preparou-nos um teste que foi jogar-mos à 4ª jornada (ou seja deu-nos a oportunidade de testar-mos o nosso basquetebol contra equipas + fortes primeiro) com uma equipa que teóricamente estaria ao alcance do B.C.C.. No entanto reprová-mos pois conforme já fiz questão de alertar no balneário diversas vezes enquanto não tivermos 10/11 jogadores em todos os treinos e trabalharmos com a intensidade que temos a obrigação de demonstrar em jogo, será mto dificil evoluir-mos como equipa. Não se esqueçam que os "frutos" do trabalho agora desenvolvido serão colhidos apenas daqui a 2/3 anos e que porventura alguns de nós dele já não farão parte. No entanto é preciso empenho desde já. O bom vinho, a boa fruta tem atrás de si mto trabalho por vezes trabalho de anos até ser obtido um produto de boa qualidade. Penso que quem assumiu o compromisso de fazer parte deste projecto(equipa sénior) nesta fase inicial. e que em termos desportivos não é o menos motivante, concordo, mas não nos dá o direito de boicotar desde já uma evolução sustentada e progressiva do Basquetebol no B.C.C. Vamos treinar que ainda temos mtas coisas boas para alcançar e delas ter orgulho, na presente época. O nosso trabalho é o de terraplanagem, mas nehuma construção aparece sem este ter sido feito primeiramente. Daqui a uns anitos poderemos ter orgulho em dizer que tudo começou com o nosso contributo.

Anonymous said...

JUNIORES - Parabéns pela vitória
No entanto não queimem os foguetes todos no festejo desta vitória. Façam um semana de treinos empenhados a 100% para darem ao vosso público em casa no sábado nova vitória. Uma vitória no sábado se alcançada com uma boa exibição quer a nível defensivo quer ofensivo conduzirá à obtenção de uma maior confiança e interesse dos adeptos no desempenho da vossa equipa. Aproveitem esta oportunidade para lhes dar motivos válidos para assistirem aos vossos jogos. Força Rapaziada!!!!!!

Anonymous said...

Parabens pela vitória...
Adorei o artigo, apesar de um pouco extenso!